Gerar mais empregos para atender melhor a população e acabar com a sobrecarga de trabalho nos bancos. Esta é a proposta da categoria na campanha salarial e foi o destaque nos discursos dos sindicalistas durante ato público realizado pelos bancários do Rio, na última quarta-feira, dia 8. A atividade, realizada em frente à agência do Bradesco, na Avenida Rio Branco, 131, fez parte do Dia Nacional de Luta por mais Empregos. Os sindicalistas distribuíram cachorros-quentes para a população, em alusão à “cachorrada” dos banqueiros contra funcionários e clientes.
“O emprego é uma das prioridades de nossa campanha nacional. É preciso contratar mais funcionários e acabar com a pressão por metas absurdas, com o assédio moral e a exploração. Não foi por acaso que realizamos essa manifestação em frente ao Bradesco, um dos campeões de assédio moral. Nem a chuva é capaz de esfriar nossa luta”, disse o diretor do Sindicato Marcelo Pereira.
Uma das principais reivindicações dos bancários este ano é a proteção contra demissões imotivadas, através da ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), além de melhores condições de trabalho, reversão das terceirizações e fim dos correspondentes bancários mediante substituição por agências e postos de atendimento.
Mais de 48 mil demitidos
A economia no Brasil cresce e todos os setores não param de gerar empregos. Mas, nos bancos, a realidade é outra. Apesar de lucrar mais do que qualquer outro setor, o sistema financeiro desligou 48.295 empregados em um ano e meio (janeiro de 2009 a junho de 2010). O número de desligados, que daria para superlotar o estádio do Engenhão, representa 10,25% da categoria. Os dados foram apurados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego. O estoque de emprego nos bancos foi de 471.232 no final do primeiro semestre deste ano.
“A maioria dos bancários são demitidos por não atingirem as metas da empresa. Através da rotatividade, os bancos deixam milhares de famílias na miséria para contratar mão-de-obra mais barata e aumentar os lucros”, denuncia o diretor do Sindicato Geraldo Ferraz.