Funcionários do BRB querem avanços na pauta de reivindicações específica

Os funcionários do Banco de Brasília (BRB) estão mobilizados para conquistar avanços na Campanha Nacional 2010. No último sábado, 31 de julho, os trabalhadores e delegados sindicais definiram a pauta de reivindicações específicas durante o Seminário dos Funcionários do Banco. A expressiva participação dos bancários é o reflexo da disposição da categoria na campanha deste ano.

Empenhados na melhoria de suas condições de trabalho, os funcionários aprovaram que centrarão forças na revisão do Plano de Cargos e Salários (PCS) para garantir a jornada de seis horas sem redução de salário, dentre outros ajustes, reajuste salarial de 11%, mais contratações e antecipação do programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Além desses itens, os bancários do BRB querem o cumprimento das decisões acordados em mesa com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mantendo as cláusulas já pactuadas em acordo específico, que porventura sejam mais vantajosas, garantia de emprego, e fim da lateralidade.

Confira outros pontos da pauta específica:

– Reajustes de todas as verbas salariais no mesmo percentual definido na mesa da Fenaban;

– Ampliação da cobertura odontológica no mesmo patamar das demais coberturas previstas no plano BRB Saúde, e inclusão de pai e mãe como dependentes diretos no plano;

– Redução das taxas de juros cobradas dos funcionários no cheque especial, cartão de crédito e empréstimos de qualquer natureza, inclusive habitacional, de forma que não ultrapassem a taxa selic, bem como isenção de tarifas e seguro prestamista (indivíduo que empresta dinheiro a juros) para os mesmos;

– Extinção ou redução das taxas cobradas sobre empréstimos concedidos pela Regius aos participantes e revisão dos acordos referentes à renegociação de dívidas, com estrita obediência ao limite de 30% de dedução no contracheque. O custo gerado por esta desoneração será assumido pelo BRB, de forma a garantir o equilíbrio atuarial dos planos de benefícios mantidos pela Regius;

– Mudança na forma de divisão de férias que passaria a poderem ser divididas em múltiplos de 5 dias (exemplos: 5 e 25 dias; 10, 10 3 10 dias; 10 e 20 dias); e elevação do número de 5 para seis dias para os funcionários a partir de 20 anos de serviço;

– Formação de comissão paritária para revisão do PCS.

Como de costume, o evento dos trabalhadores do Banco de Brasília ocorreu após a realização da 12ª Conferência Nacional dos Bancários, no Rio de Janeiro, entre 23 e 25 de julho.

Construção da minuta

“Formatamos a minuta atualizando e discutindo os pontos presentes no acordo coletivo do BRB de 2009-2010 e as resoluções da 12ª Conferência Nacional dos Bancários. Outro importante subsídio foram as reivindicações contidas no ofício que enviamos em meados deste mês em resposta ao presidente do BRB, Nilban de Melo”, esclarece Antonio Eustáquio, funcionário do BRB e diretor do Sindicato.

O ofício do Sindicato, contendo sete reivindicações, foi uma resposta a outro do BRB, onde o banco pede uma pauta antecipada para dar início o quanto antes ao processo de negociação.

“O seminário contou com participação expressiva de representantes de diversas unidades do banco. Ao final, todos saíram imbuídos da necessidade de construir uma intensa mobilização visando uma campanha salarial vitoriosa no BRB, juntamente com a Campanha Nacional dos Bancários”, afirma André Nepomuceno, secretário-geral do Sindicato e funcionário do BRB.

Privatização

Logo após a abertura do seminário, conduzida pelo secretário-geral do Sindicato, André Nepomuceno, seguiu-se o momento das análises de conjuntura econômica e política. A avaliação econômica coube ao diretor da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Distrito Federal, Clóvis Scherer, enquanto a conjuntura política foi comentada por Agnelo Queiroz e Erika Kokay (PT), deputada distrital e candidata a uma vaga para a Câmara dos Deputados.

Clóvis iniciou sua fala ponderando sobre as possibilidades de venda do BRB. “Se na época de Arruda as supostas dificuldades financeiras do BRB eram usadas como argumento para justificar a idéia da venda do controle da instituição, essa tese caiu por terra. No ano de 2009, o BRB teve o melhor resultado de sua história, com um lucro líquido de R$ 190,05 milhões”.

Já Erika Kokay lembrou as árduas batalhas enfrentadas para manter o BRB como um banco público. “Se hoje o BRB se mantém como um dos últimos bancos estaduais públicos, isso não é obra do acaso, e sim de muito esforço dos funcionários. Na época do Arruda, por exemplo, o banco foi obrigado a assinar um acordo para comprar a folha de pagamento do GDF pelo preço de R$ 800 milhões. Se o banco tivesse sido obrigado a cumprir essa decisão, ele certamente teria ido à falência”. Ainda segundo a parlamentar, o BRB deve ser fortalecido para atuar como instrumento das políticas públicas do GDF.

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