Contraf-CUT defende Reforma Política para ampliar participação da mulher

3º Encontro Nacional de Mulheres Bancárias da Contraf-CUT, em 2013

Neste 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, a Contraf-CUT reitera a necessidade de inserção dos bancários e bancárias no debate sobre a Reforma Política para ampliar a participação dos trabalhadores e fundamentalmente para que as mulheres possam, elas próprias, se fazerem representar e defender os seus interesses.

É urgente a criação de um novo sistema político, que substitua atual modelo, onde o poder econômico decide muitas eleições e escolha de representantes, perpetuando a injustiça e a desigualdade econômica, social e de gênero.

“A CUT e os movimentos sociais se uniram para encaminhar essas demandas, que passam pela realização de um plebiscito e por um amplo debate na sociedade até a reforma propriamente dita. E nós, mulheres, temos motivo de sobra para fazer valer essa reforma”, afirma Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT.

O que as mulheres têm a ver com isto?

Em junho de 2013, uma série de manifestações sacudiu o país. Em que pese as diferentes interpretações sobre os protestos, uma coisa é certa: o povo estava conclamando por representação de fato na política.

Diante disto, os trabalhadores e as trabalhadoras não podem se furtar a fazer o debate urgente e necessário da Reforma Política. As mulheres anseiam por um sistema político que amplie a sua participação.

Segundo uma pesquisa do Ibope e do Instituto Patrícia Galvão, com o apoio da ONU Mulheres, realizada em abril de 2013, para medir a opinião dos brasileiros sobre a participação de mulheres na política, o Brasil ocupa o 121º lugar no ranking de igualdade entre homens e mulheres na política:

– Câmara Federal (*): dos 513 deputados federais, apenas 44 são mulheres (8,6% do total).

– Senado (*): dos 81 senadores, 13 são mulheres (16%).

– Prefeituras: as mulheres são menos de 10% das prefeitas.

– Câmaras Municipais: mulheres são cerca de 12% dos vereadores.

(*) Dados da IPU (Inter-Parliamentary Union): situação em 01/04/2013; no ranking de 189 nações, o Brasil está atrás de países como o Iraque e o Afeganistão.

Além disto, o estudo aponta que a baixa representação política das mulheres brasileiras está na contramão do protagonismo feminino, ou seja, não se justifica quantitativamente nem qualitativamente.

– As mulheres brasileiras possuem nível de escolaridade maior do que o dos homens e também uma maior expectativa de vida.

– No mercado laboral, as mulheres representam 44% da força de trabalho no país.

– Com mais de 11 anos de estudo, as mulheres são maioria da População Economicamente Ativa (PEA).

Vamos debater e decidir sobre o sistema político que queremos

Democracia direta ou indireta? Representativa ou participativa? Voto é individual ou por projeto político? Quanto deve custar uma campanha eleitoral? Quais os setores que devem estar representados?

O debate sobre a Reforma Política é desafiador devido à lógica que mercantiliza a política, mantém privilégios, permite o acesso ao poder e aos recursos públicos de uma minoria rica. Essa elite formada por empresários (ou empresárias, porém muito mais homens que mulheres) do capital financeiro, das transnacionais, do agronegócio, da mídia, entre outros, dissemina o mito de que o povo não gosta de política, que ela não deve ser discutida ou que o povo brasileiro tem memória curta.

Do total de 594 representantes no Congresso Nacional (entre deputados e senadores) eleitos em 2010, 273 são empresários, 160 fazem parte da bancada ruralista, 66 da bancada evangélica e apenas 91 são representantes dos trabalhadores e das trabalhadoras.

“Acreditamos que o fim do financiamento privado de campanha vai por uma cunha nestas desigualdades de representação de classe nos espaços políticos de poder”, declara Andrea Vasconcelos, secretária de Política Sociais da Contraf-CUT.

Lugar de mulher é na política

Felizmente, as mulheres vêm revertendo um dizer machista muito propagado de que lugar de mulher é no fogão, na pia, no tanque ou na cama. A mesma pesquisa do Ibope e do Instituto Patrícia Galvão revela que 78% dos entrevistados concordam que os partidos deveriam apresentar uma lista de candidatos composta por metade de homens e metade de mulheres.

“Defendemos na reforma eleitoral alternância de sexo em lista fechada. Lista fechada, porque devemos romper com o individualismo na política, não se vota na pessoa e sim em projetos, que um conjunto de pessoas se compromete a defender”, destaca Deise Recoaro.

Plebiscito Popular para a Reforma Política

Nos dias 14 e 15 de setembro do ano passado, reunidos em São Paulo, a CUT e vários movimentos sociais decidiram pela realização do plebiscito em defesa da reforma política, que foi lançado no último dia 15 de novembro.

A campanha irá coletar assinaturas no dia 7 de setembro deste ano e terá uma única pergunta: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político Brasileiro?”.

“O principal objetivo da campanha é promover o diálogo com a sociedade, além de momentos de formação, estudo e reflexão sobre o sistema político brasileiro, como funciona e o que queremos mudar”, ressalta Andrea Vasconcelos.

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