Mobilização contou com apoio de várias categorias de trabalhadores
Com o apoio de representantes do Sindicato dos Urbanitários, Comerciários, Domésticas, Vigilantes, Transporte de Valores, Trabalhadores na Educação, Rodoviários e Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, os bancários de Teresina pararam o centro da capital do Piauí com uma passeata, fazendo ainda um ‘apitaço’ dentro das agências no corredor comercial da Rua Álvaro Mendes.
A concentração foi em frente ao Bradesco Centro, onde vários sindicalistas manifestaram apoio à greve dos bancários que chegou na quarta-feira (2) ao 14º dia de paralisação.
O diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Medeiros, pediu desculpas à população pelos transtornos motivados pela greve, mas deixou claro que a categoria não vai aceitar ‘migalhas’ dos banqueiros haviam oferecido. A afirmação foi em referência ao reajuste de 6,1% apresentado pelos donos de bancos na última proposta. “Estamos pedindo mais segurança, saúde e condições de trabalho, além de melhoria salarial”, resume.
O tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sinte), Manoel Rodrigues, fez questão de frisar que a luta dos bancários é justa e importante, refletindo também no anseio dos trabalhadores em geral.
Cláudio Fonteles, secretário geral dos Urbanitários, manifestou apoio aos bancários e falou que a categoria está dentro do seu direito de fazer greve.
O vice-presidente do Sindicato dos Bancários, João Sales Neto, ressaltou a união, força e mobilização dos bancários durante a passeata. “Exigimos respeito por parte dos banqueiros e os trabalhadores precisam ser levados a sério. Precisamos de uma resposta positiva e que o governo federal e os banqueiros nos dê o devido valor”, cobra o sindicalista.
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Piauí (CUT/PI), Paulo Bezerra, enfatizou que a missão dos bancários é construir a unidade. “Essa greve vai durar o tempo que os banqueiros quiserem”, pondera, comentando que “a greve é um instrumento pesado que temos de usar forçosamente”, diz.
Saindo do Bradesco, os manifestantes entraram nas duas agências do Santander e no Itaú, fazendo uma nova concentração em frente à superintendência do Banco do Brasil, na Rua Álvaro Mendes, sempre fazendo apitaço e soltando foguetes para o alto na rua e demonstrando a indignação da categoria.
A presidente do Sinte, Odeni de Jesus, também fez parte da mobilização e conclamou os empregados que insistiram em permanecer dentro do BB, evitando assim aderir ao movimento grevista. “Vamos pedir também que os banqueiros mostrem sua cara”, gritava ela.
Arimatea Passos, presidente do Sindicato dos Bancários, disse que é preciso incorporar a greve que vem sendo conduzida de forma ordeira e pacifica. “Fomos empurrados para greve. Trata-se de um movimento unificado e a causa é de todos nós trabalhadores e trabalhadoras”, observa.
Paulo Sampaio, dos Urbanitários, justificou que “sem luta não há vitória”, enquanto o vice-presidente dos Rodoviários, Ajeri Dias, tornou claro para sociedade piauiense que a melhoria para os bancários vai beneficiar a população.
Eduardo Pinheiro, do Sindicato dos Vigilantes e Transporte de Valores, destacou a união de todos neste momento. “Temos que convidar a população e nossos familiares para estamos juntos nesta luta”, explica.
Seguindo para Caixa, na Rua Areolino de Abreu, os manifestantes ouviram atentamente o discurso da ex-tesoureira do Sindicato dos Bancários, De Assis Araújo, quando falou sobre a exploração dos empregados que são obrigados a extrapolar sua jornada de trabalho durante o expediente normal. “A jornada de seis horas é suficiente para desgastar qualquer pessoa e temos que trabalhar para que a jornada seja cumprida conforme a lei”.
A representante do Sindicato das Domésticas, Maria Luiza, disse que os banqueiros não estão muito preocupados com os bancários e sua luta.
Em seguida, todos se dirigiram até o Itaú da Areolino de Abreu, passando depois na Caixa da Rio Branco, finalizando a passeata no BB Rio Branco.
Arimatea Passos encerrou a manifestação, agradecendo o apoio de todos os sindicatos que também estão nessa luta dos bancários, parabenizando a união e participação da categoria que se mantém cada vez mais sólida e unida na caminhada para conseguir condições mais dignas de salário e trabalho.