A incapacidade dos bancos de garantir condições mínimas de segurança a clientes e funcionários parece não ter limites. A novidade desta vez veio do Bradesco: na manhã desta sexta-feira, dia 8, uma agência Prime localizada do lado de dentro dos muros da Cidade de Deus (Osasco) foi assaltada com violência psicológica praticada contra pelo menos nove bancários.
Os três assaltantes, fortemente armados, passaram cerca de uma hora no local (das 8h15 até aproximadamente as 9h15) e fugiram, passando, sem maiores problemas, pelas guaritas do portão da piscina, que fica a cerca de 200 metros da entrada da agência.
“Eles sabiam da rotina da agência, sabiam que havia dólares no cofre e até a marca dos carros dos funcionários. A gerente-geral e outros funcionários ficaram presos em uma sala e quem ia chegando para trabalhar foi sendo levado para este mesmo local”, afirma o diretor do Sindicato Rubens Blanes, que esteve na agência para averiguar a situação dos bancários e cobrar emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). “Uma psicóloga e um médico do banco estiveram no local e pelo menos nove bancários foram dispensados, alguns deles com licença de quatro dias.” Ele informa que a agência permaneceu fechada.
Mais assalto – Também nesta sexta, outra agência do Bradesco, localizada na Rua Butantã, 189 (Pinheiros, zona oeste), sofreu assalto. Por volta das 12h, quando havia cerca de 20 clientes no local, quatro marginais invadiram o banco portando armas da fabricante austríaca Glock (que são feitas com material sintético e mais dificilmente detectadas pelas portas de segurança) e renderam os vigias. Numa ação rápida, levaram cerca de R$ 5 mil dos caixas e fugiram.
Até as 14h, o banco não havia enviado um psicólogo ou assistente social para auxiliar os oito bancários que trabalham no local. “O gerente regional que estava lá afirmou que iria tentar abrir a agência, apesar da situação de insegurança criada com o assalto. Exigimos que permanecesse fechada, a emissão de CAT e a presença de psicólogo para atender aos bancários expostos à violência”, disse o diretor da Contraf-CUT Carlos Alberto Garcia, que esteve no local.