São Paulo – Uma decisão proferida pelo juiz Vanilson Rodrigues Fernandes, da 1ª Vara do Trabalho (Santana do Parnaíba), negou na quarta 30 pedido de liminar do Bradesco, que solicitava a emissão de interdito proibitório para impedir os bancários de se manifestaram nos locais de trabalho do município, parte da base do Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região (Seeb/SP).
Na decisão, o magistrado lembra que a greve “é um direito constitucionalmente assegurado” e que para o exercício desse direito “são legítimos todos os meios, desde que pacíficos e que não frustrem os direitos e garantias individuais”.
Para o juiz, o pedido do banco está baseado em “provas frágeis” que não justificam “tão extrema medida”. Ele considera que “fotografias de agências com simples adesivos de ‘estamos em greve’, sem que haja indícios mais veementes de que se coloca em perigo a posse do requerido ou a livre circulação de clientes” não são provas fortes o suficiente para justificar a liminar.
Em outra passagem do texto, Fernandes lembra que “o exercício do direito de greve é traduzido pelo direito de causar prejuízo” e “embaraço ao exercício da atividade econômica”, o que, na sua forma de ver, justifica a ocupação pacífica das dependências dos bancos.
“A propriedade dos bancos nunca é ameaçada durante as greves dos bancários. Os trabalhadores são respaldados pela Constituição e os bancos têm de respeitar esse direito e apresentar propostas nas negociações que atendam as reivindicações da categoria”, defende a secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira.
Sardinhada – Uma sardinhada em frente à agência do Bradesco no Vale do Anhagabaú marcou o oitavo dia de greve dos bancários na região central de São Paulo. O protesto foi uma resposta ao banco por pressionar os funcionários a não aderir ao movimento. A população que passava em frente parou para saborear a sardinha na brasa e conhecer como o Bradesco trata seus trabalhadores e clientes.
“O Bradesco não está respeitando o direito de greve garantido pela Constituição ao ameaçar de demissão os bancários que participarem da mobilização”, afirma a dirigente sindical Aline Molina.