Bancários aderem à paralisação e cobram proposta decente dos bancos
Com grande adesão dos bancários e bancárias do Distrito Federal, a greve nacional da categoria começou forte em Brasília nesta terça-feira (30), primeiro dia da paralisação. Mobilizada, a categoria aderiu ao movimento grevista e fechou centenas de agências de bancos públicos e privados, além de prédios administrativos do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BRB.
“É grande a adesão e a unidade dos trabalhadores no DF e no restante do país. A greve segue por tempo indeterminado. Até que os bancos apresentem uma proposta decente, vamos continuar de braços cruzados”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, que integra o Comando Nacional dos Bancários e representa a categoria de Brasília nas negociações com a Fenaban.
“Apesar da grande adesão no primeiro dia de paralisação, tanto nos bancos públicos quanto nos privados, sentimos falta dos bancários em greve virem para as portas das unidades ajudar nos comitês de esclarecimento,” disse o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo, que também é empregado da Caixa. Ele considerou a adesão deste ano maior do que no ano passado.
O dirigente sindical ressaltou que, como não tem negociação, a greve prossegue. E pediu aos bancários para não furarem a paralisação, pois alguns trabalhadores estão ficando dentro das agências trabalhando, e isso atrapalha os demais colegas, que estão empenhados em lutar pela categoria. Wandeir informou que, todos os dias, às 17h, será realizada reunião organizativa, na Praça do Cebolão, no SBS.
Assembleia nesta quarta
Uma nova assembleia, nesta terça-feira, organizou os trabalhadores para continuarem firmes na luta e reforçarem a mobilização em todo o Distrito Federal. Nova assembleia organizativa será realizada nesta quarta-feira (1º), às 17h, na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul.
Denuncie
No primeiro dia da greve, o Sindicato recebeu denúncias de práticas antissindicais e de condutas abusivas que tentam enfraquecer o movimento dos trabalhadores. O fato levou a entidade sindical a criar um canal de denúncias, as quais serão investigadas e, caso necessário, tomadas as devidas providências.
O Sindicato reforça que a greve é um direito de todos, garantido pela Constituição Federal e pela Lei 7.783/89, independentemente do cargo que ocupa e do banco que trabalha.
Ato no Banco Central
Nesta quinta-feira (2), como parte do calendário de mobilização da Campanha Nacional dos Bancários 2014, o Sindicato realiza um ato público em frente ao Banco Central, no Setor de Autarquias Sul (SAS). O objetivo é se posicionar contra a independência do órgão, para que o BC continue trabalhando a favor da sociedade brasileira e não a serviço da ganância do sistema financeiro.
O Bacen, que tem como principal função regularizar e fiscalizar o sistema financeiro brasileiro, é responsável pela política de crédito cambial e monetária. Para cumprir esse papel, é necessário que a entidade esteja entrelaçada com o projeto de governo e priorize o interesse público acima dos privados.
“A pauta do nosso ato inclui a democratização do sistema financeiro, para que não tenhamos apenas três pessoas decidindo qual o tamanho das taxas de juros e para tentar fazer uma vacina que, de fato, não inviabilize o aumento ou a escalada da inflação”, explica Eduardo Araújo.