Nesta terça-feira, 5 de outubro, sétimo dia da greve nacional dos bancários, a Justiça do Trabalho solicitou o apoio da Polícia Federal para fazer cumprir os Interditos Proibitórios com liminar favorável à reabertura das agências do Bradesco e Itaú Unibanco, na grande João Pesssoa. Os oficiais de justiça chegaram às agências bancárias acompanhados de agentes da PF, que foram logo anunciando que as agências iriam abrir suas portas ao público “de qualquer jeito”.
O Comando de Greve resistiu o quanto pode e, diante das ameaças do uso da força por parte da Polícia Federal, retirou as faixas das portas dos bancos onde foi dada a liminar para reabertura do expediente ao público. A primeira agência do Bradesco aberta por ordem judicial, foi a localizada na rua Duque de Caixas, no centro da capital paraibana. Depois, os oficiais de justiça e a PF se deslocaram para reabrir as agências do Bradesco em Bayeux e as localizadas na Av. Epitácio Pessoa.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques se disse revoltado com as ações da Justiça do Trabalho na Paraíba. Primeiro, por ter concedido os Interditos Proibitórios para o Bradesco e o banco Itaú Unibanco, medida descabida para o caso de uma greve. Depois, porque a Justiça se valeu do reforço da Polícia Federal, cujas atribuições são outras.
“É lamentável vermos agora a Justiça do Trabalho agindo para defender os patrões mais cruéis que existem no país, que são os banqueiros, quando deveria defender os trabalhadores. E ainda mais deplorável é sermos coagidos pela Polícia Federal, que deveria estar protegendo nossas fronteiras contra a ação de contrabandistas e traficantes de drogas, bem como dando segurança para bancários, clientes e a sociedade em geral contra a ação dos assaltantes de bancos”, enfatizou.
“Em que pesem as ameças e a ação da justiça, os bancários vão permanecer em greve, em cumprimento a uma decisão legal e legítima de uma categoria pacífica e ordeira, que cumpriu todos os trâmites legais para a deflagração da greve, que é um direito constitucional dos trabalhadores do ramo financeiro, ante a intransigência e a arrogância dos banqueiros”, arrematou.
Indignado, Marcos Henriques conclamou todos os bancários a se engajarem de forma mais efetiva no movimento, reforçando os piquetes de convencimento e fortalecendo a luta da categoria. “O Sindicato entrou com as medidas jurídicas cabíveis. Agora, esperamos que a Justiça do Trabalho nos atenda com a mesma celeridade com que favoreceu os banqueiros”.