Em frente ao Congresso Nacional, a Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT/DF) realizou manifestação, nesta sexta-feira 18, contra a corrupção e a impunidade. Durante o ato, o secretário de imprensa da central, Cícero Rola, protocolou, no Senado Federal, um pedido de impeachment contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
O pedido de impeachment é uma resposta à postura de Mendes, que, em menos de uma semana, mandou soltar duas vezes o banqueiro Daniel Dantas da carceragem da Polícia Federal de São Paulo. O presidente do STF também autorizou a soltura do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do investidor Naji Nahas. Todos os três são acusados de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção, entre outros crimes. “Não podemos viver com a suspeição sobre um presidente do STF. Ele não poderia ter despachado o habeas corpus sem passar pelo colegiado”, afirma Cícero.
Após o ato em frente ao Congresso, os manifestantes seguiram em passeata até o STF, empunhando faixas e dizendo palavras de ordem contra a postura de Mendes. “Rico? Não tem problema, algema de ouro neles” e “Algema no habeas corpus de Gilmar Mendes”, foram alguns dos dizeres impressos nas faixas.
Em frente ao STF, os manifestantes exigiram providências contra a corrupção e a impunidade. “Existem hoje no Brasil 211 mil presos que estão aguardando a mesma decisão que o Gilmar Mendes concedeu ao Daniel Dantas em menos de uma semana. Há uma suspeição de que o presidente do Supremo está julgando esse processo de acordo com a posição social das pessoas. Nós não podemos aceitar que ninguém seja julgado pela cor da pele, pela religião, ou seja lá o que for. O STF tem que ter imparcialidade nessas questões e nós esperamos que o Senado dê continuidade a esse processo, pois é a única forma de o presidente do Supremo esclarecer à população brasileira o que ele encaminhou”, afirma Cícero Rola.
A tramitação do impeachment
Se acatado pela Mesa do Senado, o pedido de impeachment segue para a leitura no Plenário – quando é oficialmente instalado. Após a instauração do processo, o pedido tem de ser analisado por uma comissão integrada por 21 senadores que tem o papel de decidir se o processo deve seguir adiante.
Pela Constituição, o pedido de impeachment ainda tem de ser aprovado por dois terços dos senadores, em Plenário, para configurar a perda do cargo a Mendes – que ficaria inabilitado, por oito anos, para o exercício de função pública.
A CUT/DF exige que essa trama seja resolvida e esclarecida como forma de respeito à sociedade, uma vez que os bilhões de reais envolvidos no caso saíram do bolso do trabalhador brasileiro. Dinheiro esse que seria destinado à educação, saúde, segurança e outras ações que beneficiassem o povo.