Os bancários de Belo Horizonte paralisaram na manhã desta terça-feira (19) 12 agências do Itaú Unibanco em protesto contra as demissões e por melhores condições de trabalho no banco. As agências paralisadas foram BH Mercado, Capital, Amazonas, BH Centro Tupis, BH Tupis, Carijós, Carijós Itaú, Tupinambás, Comércio, Paraná, Olegário Maciel e BH Praça Sete. As manifestações fazem parte do Dia Nacional de Luta dos Bancários do Itaú.
Durante a mobilização, os bancários reivindicaram ainda remuneração justa, estabilidade e o fim das metas absurdas impostas pelo banco. Esta foi a terceira manifestação nacional dos funcionários do Itaú em julho. As reivindicações da Campanha foram definidas no dia 8 de julho, durante o Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú Unibanco, em que os bancários aprovaram novas estratégias de luta contra as demissões e definiram as reivindicações específicas dos trabalhadores do Itaú.
“O banco tem um lucro exorbitante e os bancários estão ainda mais sobrecarregados com as demissões. A pressão para o cumprimento do serviço é cada dia maior e as metas estabelecidas pelo banco absurdas”, afirma Ramon Peres, funcionário do Itaú e diretor do Sindicato. “Os bancários estão trabalhando no limite, com a ameaça de demissão pairando sobre suas cabeças. Essas condições são inadmissíveis”, ressalta Ramon, que também é Coordenador Estadual da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Na época da fusão com o Unibanco, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, declarou que não haveria demissões. O movimento sindical participou de diversas mesas de negociações e recebeu a promessa do banco de que o emprego seria garantido. Se oficialmente as demissões em massa estão descartadas, na prática a história é outra.
Mesmo com a perspectiva de lucro de R$ 15 bilhões em 2011, somente no primeiro semestre o Itaú afastou 4 mil funcionários em todo país. Em reunião com os representantes dos funcionários no dia 7 de julho, o banco apresentou os números do Centro de Realocação, criado para redistribuir os bancários em vagas surgidas dentro do banco e evitar demissões.
Kennedy Santos, funcionário do Itaú e diretor do Sindicato, participou do encontro. “Essa iniciativa é tampar o sol com peneira. Há necessidade de contratações e não de demissões. Os bancários estão sobrecarregados, as filas no banco enormes. Não basta somente realocar os funcionários, as demissões devem parar e queremos essa garantia do banco”, afirmou.