Bancários de Belo Horizonte destacaram a “Porta do Inferno”
O Sindicato paralisou, nesta terça-feira, 7, oito agências do Bradesco, na região central de Belo Horizonte, para cobrar mais respeito e valorização dos funcionários. O ato, que faz parte de uma campanha nacional lançada pela Contraf-CUT hoje, exigiu melhores condições de trabalho e mais segurança. As agências ficaram paralisadas durante todo o expediente.
Mais uma vez, o Departamento Cultural do Sindicato, através de sua diretora Eliana Brasil, que é empregada da Caixa, levou às ruas a “Porta do Inferno”. A proposta já é conhecida e faz sucesso com a população de Belo Horizonte, denunciando de maneira lúdica a truculência dos bancos. Nesta terça-feira, vários correntistas e usuários utilizaram o microfone da manifestação para expressar sua indignação diante da falta de segurança no Bradesco.
O presidente do Sindicato, Cardoso, ressaltou que “o Sindicato levou somente a Porta, o inferno são as agências do Bradesco. Infelizmente, o banco, mesmo com um lucro de quase R$ 3 bilhões, se nega a negociar seriamente com a representação dos trabalhadores. É inadmissível que o Bradesco desobedeça leis de segurança bancária e que patrocine o assédio moral.
Exigimos seriedade nas negociações e, com certeza, se o Bradesco não negociar, a ‘Porta do Inferno’ irá voltar”. Apesar do lucro de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre de 2013, o Bradesco cortou 592 empregos em todo o país durante o período, acumulando o fechamento de 2.309 vagas nos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo em que diminui o número de funcionários, o banco aumenta a quantidade de postos de atendimento, o que aprofunda a precarização do trabalho e traz cada vez mais desgaste e pressão aos funcionários.
Em relação à segurança, o Bradesco continua descumprindo a lei municipal 10.200/2011 de Belo Horizonte, que obriga os bancos a instalarem biombos entre os caixas e espaços reservados para a fila de espera nas agências. O descaso coloca em risco a vida de bancários, clientes e usuários dos serviços do banco e levou o Procon a multar diversas agências do Bradesco em Belo Horizonte. Em 2012, o banco foi o mais multado pela Polícia Federal pelo descumprimento de normas de segurança, chegando a um total de R$ 1,24 milhão.
Uma antiga reivindicação dos funcionários é o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), para garantir clareza e transparência nas promoções, igualdade de oportunidades e valorização profissional. Os bancários também exigem o fim das metas abusivas, do assédio moral e a construção de um programa próprio de reabilitação profissional.
Outra reivindicação importante é o auxílio-educação, já que o Bradesco é o único entre os maiores bancos que atuam no Brasil que não oferece qualquer incentivo educacional a seus funcionários. O banco não supre a necessidade de uma formação superior mas, mesmo assim, continua cobrando qualificação dos bancários.
Os bancários cobram ainda que o adiantamento das férias possa ser parcelado em até 10 vezes mensais, de forma facultativa, sem acréscimo de juros ou encargos. Para o funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Carlos Augusto Vasconcelos, a paralisação foi realizada para forçar o banco a dar respostas satisfatórias às reivindicações dos bancários. “O banco tem que ouvir as demandas da categoria e, especificamente em Belo Horizonte, exigimos que cumpra a lei municipal que trata da instalação dos biombos.
Não aceitaremos que o Bradesco descumpra a lei e exponha bancários e clientes a riscos dentro das agências.O Sindicato continuará se mobilizando para garantir condições dignas de trabalho e que nossas reivindicações sejam atendidas”, afirmou.