O Sindicato dos Bancários de Santo Ângelo e Região denunciou, na segunda-feira, dia 4, um caso de desrespeito e assédio moral a um funcionário do Banco do Brasil. Segundo o Sindicato, o gerente geral da agência de nível 1 recebeu uma “oferta”: poderia optar entre uma agência de nível 3 ou a aposentadoria. Isso porque o gerente não atingiu metas impostas pela direção do banco, metas que geralmente são abusivas.
Em artigo divulgado sobre o caso, a diretoria do Sindicato alerta para a prática comum desta ferramenta de intimidação utilizada pelo banco. Há alguns anos, outro gerente geral sofreu com uma transferência injusta para uma agência de menor porte na região. O funcionário acabou cometendo suicídio.
Veja a íntegra do artigo publicado pelo Sindicato de Santo Ângelo:
ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS
AGÊNCIA DO BB DE SANTO ÂNGELO É PUNIDA E FUNCIONÁRIOS TRABALHAM DE PRETO
A virada do ano traz votos de mudança, expectativa de vencer velhos ranços, afinal é para frente que se anda…, infelizmente não é assim. O findar de 2009 e as luzes do novo ano apresentaram mais um daqueles infelizes momentos da vida do Banco do Brasil.
Na recente história do BB, tratando dos últimos 30 anos, podemos afirmar que um dos traços mais marcantes das relações entre a empresa e seus funcionários é o conflito, expresso ou velado. Expresso quando dos “PDV’S”, de ligações telefônicas, de reuniões, enfim, todo conjunto de relações que transformaram o que antigamente se chamava de patrimônio os hoje funcionários. Velado quando se deixava o colega merecedor, mas que fez greve sem promoção, em detrimento de algum colega que não aderiu ao movimento grevista, quando se diz, olha, se não atingirmos a meta a situação ficará difícil, de ameaças através da “rádio corredor”.
Esta última semana trouxe mais um destes tristes elementos à nossa vasta lista de ações impróprias do BB. Ao gerente geral da agência de Santo Ângelo de nível 1, foi dado como opção uma agência de nível 3 ou a aposentadoria, por conta do não atingimento de metas e da propalada Sinergia. O que nos faz olhar para o fato, e lembrar os tristes momentos da vida do BB é a utilização desta ferramenta como forma de punir funcionários. Não atingiu metas, é punido. O que já gerou tragédia na historia recente da agencia Santo Ângelo, quando o gerente geral da época foi transferido injustamente para uma agencia de menor porte, vindo o mesmo a cometer suicídio.
A reunião ocorrida nesta segunda feira, dia 4 de janeiro de 2010, entre representantes do movimento sindical e o Gerente Regional de Varejo de Santa Rosa (GEREV) escancara uma situação lamentável. Os números se sobrepõem as pessoas, pois como foi mencionado pelo representante do Banco que, “vivemos de números: ou atingimos ou pagaremos por isso”. Enfim, para eles nada mais somos que elementos para o cumprimento de metas, uma matrícula atrás de outros números. E mais, como se não bastasse, o representante do Banco afirmou que o assunto não é da competência do Sindicato e disse que os dirigentes deveriam se colocar em seus lugares.
Estaríamos diante da retomada da estratégia do “terrorismo” no BB? A Direção do BB concorda com esta pratica predatória e desumana? Ou este é apenas um ato isolado do GEREV de Santa Rosa? O que teria a dizer sobre isto o Superintendente Estadual? E a GEPES?
Manifestamos nosso repúdio a atitude da Superintendência Regional Noroeste do Rio Grande do Sul pela forma como administrou o caso, aguardamos uma explicação objetiva da empresa neste sentido.
Como primeira atividade de protesto, os funcionários da agencia Santo Ângelo usaram roupas pretas nesta segunda feira.
Queremos explicações, o conjunto de funcionários da agência quer, os administradores do Banco do Brasil da região querem, enfim, a proporção do caso e seu injusto encaminhamento não permitem que nos omitamos.
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE SANTO ANGELO E REGIÃO