Os bancários paralisaram na manhã de quinta-feira, dia 9, o prédio do Banrisul, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, onde funcionam duas superintendências e a agência Parcão. A manifestação retardou o início do expediente ao público, que só começou às 11h, e afetou a rede de agências do banco.
“Paramos em protesto contra a demora da direção do banco público dos gaúchos em marcar o início do processo de negociações específicas para debater a pauta de reivindicações dos banrisulenses, que foi entregue no dia 25 de agosto”, afirma o funcionário do Banrisul e secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Fábio Alves, o Fabinho.
“Não tem cabimento essa demora do Banrisul em negociar, uma vez que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já estão discutindo as questões específicas de seus trabalhadores”, disse o dirigente sindical.
“Mostramos ao Banrisul que tanto o movimento sindical quanto o funcionalismo não tolerarão descasos da diretoria do banco. Queremos negociação da pauta específica já”, reforça o funcionário do Banrisul e diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.
Os dirigentes sindicais denunciaram aos clientes o descaso do banco com os trabalhadores, o que foi também destacado pela colunista Denise Nunes, no jornal Correio do Povo. Segundo a jornalista, “enquanto o Banrisul beneficia os seus administradores com 41,03% de aumento e convive com uma investigação da Polícia Federal sobre o desvio de R$ 10 milhões do Departamento de Marketing, a direção não paga as promoções regulamentares, que deveria ter ocorrido no primeiro semestre, assim como também não apresentou qualquer justificativa para o atraso no pagamento”.
“Diretorias e escândalos passam e, por isso, alertamos a população que os funcionários de carreira não têm nada a ver com tais escândalos”, destaca Rocha.
Durante a paralisação, diretores do SindBancários e da Fetrafi-RS também convocaram o Passeatão dos Bancários, que percorreu no final da tarde as ruas do centro da cidade, esquentando a mobilização da Campanha Nacional. Eles também chamaram os colegas para a assembleia geral dos banrisulenses, realizada à noite na Casa dos Bancários, onde foi aprovado a realização de um ato público na próxima segunda-feira, dia 13, a partir das 11h, em frente ao prédio da Direção Geral do Banrisul.
Os bancários exigirão a saída do vice-presidente do banco, Rubens Bordini, citado em várias denúncias de corrupção. Ele era o tesoureiro da campanha eleitoral da governadora Yeda Crusius (PSDB), em 2006, acusada de utilizar sobras do dinheiro arrecadado na campanha para a compra de sua mansão.
“Vamos aprofundar a mobilização dos banrisulenses e protestar com veemência contra a bandalheira no marketing do banco”, conclui Fabinho.