Durante reunião realizada no dia 31 de março, entre a diretoria do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) e representantes da direção nacional e regional do HSBC, em Cuiabá, vários assuntos propostos por meio de denúncias que chegaram ao Sindicato foram discutidos e, entre eles, a prática de assédio moral por parte de alguns gestores.
Veja o que foi pauta da reunião:
Licença maternidade
Em princípio, um dos pontos tratados foi sobre a sobrecarga de trabalho nas agências, aumentada ainda mais, em decorrência do afastamento das bancárias com licença-maternidade. “Esse é um direito conquistado pela mulher trabalhadora brasileira, e cabe às empresas, no caso os bancos, propiciarem formas de evitar que os trabalhadores que ficam nas agências, sofram com a sobrecarga”, explica o diretor do Sindicato e funcionário do HSBC, Eduardo Alencar.
Sobre esse caso, o diretor Regional Luiz Benoni, orientou que o Sindicato entre em contato com o banco, sempre que situações como essas acontecerem, a fim de que sejam tomadas providências. Além disso, o Sindicato também denunciou que a direção do HSBC está promovendo funcionários ao cargo de gerente e quando a bancária volta da licença-maternidade, precisa dividir a carteira, retornando assim, à mesma função. Já em relação a essa situação, o SEEB-MT orienta os bancários a procurarem a entidade para relatar o caso.
Jovem Aprendiz
Outro ponto que foi discutido na reunião diz respeito aos jovens aprendizes, que têm atuado no setor de pré-atendimento, chamado de Papa Fila. De acordo com os dirigentes do SEEB-MT, esses jovens acabam lidando com dinheiro e quando há diferença no caixa, ele acaba tendo que pagar a diferença com dinheiro do próprio bolso. Sobre esse caso, a direção do banco garantiu que os mesmos não serão responsabilizados e que se isso estava acontecendo, era por culpa de problemas administrativos internos da agência e que essa não é a conduta correta.
Saúde do Trabalhador
Já em relação aos exames periódicos dos bancários do HSBC, o Sindicato solicitou ao banco que sejam tomadas medidas capazes de resguardar os direitos dos bancários que durante esses procedimentos, relatarem problemas de saúde. “Em muitos casos, o trabalhador não obtém do médico nenhum pedido de exame complementar e no prontuário, muitas vezes, não fica anotado nenhum dos relatos feitos durante a consulta”, explica a diretora do SEEB-MT e também funcionária do HSBC, Ana Lúcia Nobre Neves.
Sobre esse assunto, o banco ficou de averiguar se há a possibilidade de colocar na via disponibilizada ao funcionário, as anotações sobre as reclamações dos bancários e também, sobre possíveis encaminhamentos ao tratamento.
Monitoramento telefônico
Na reunião também foi abordada a denúncia de um possível monitoramento das conversas dos funcionários via telefone, ou seja, gravações telefônicas estariam sendo feitas dentro das agências. Há denúncias de que muitos bancários estariam sendo vigiados. “Quando perguntados se isso era verdade, os diretores do HSBC garantiram que essa denúncia não tem fundamento”, diz Arilson.
Assédio moral
Já sobre a cobrança pelo cumprimento de metas abusivas, um dos principais focos da reunião, os dirigentes sindicais do SEEB-MT foram enfáticos ao cobrar da direção do banco, que a pressão pelo cumprimento de metas além dos 100%, caracteriza assédio moral no ambiente de trabalho. De acordo com Eduardo Alencar, essa conduta, tem sido relatada por meio de muitas denúncias que chegam ao sindicato.
“Há denúncias de que a gestora regional estaria cobrando o cumprimento de até 130% das metas estipuladas pelo banco. Isso é um absurdo”, reforça. Sobre essa prática, o banco explicou que houve uma má interpretação da postura da superintendente, que segundo ela, “estimulava” os funcionários a cumprir acima da meta, para que ganhassem o PSV em dobro.
Sobre essa denúncia, o Sindicato entende que a partir dessa reunião, o problema já se tornou do conhecimento da direção do banco e espera que seja finalmente solucionado. “É impossível que um banco do porte do HSBC aceite em sua gestão, esse tipo de postura, que só provoca stress e sobrecarga desnecessária no trabalhador”, afirma o presidente do Sindicato.
Teleconferência
Por último, os dirigentes sindicais pontuaram uma grave situação que vem ocorrendo semanalmente nas agências do banco: o Sistema de Teleconferência. Neste caso, o Sindicato recebeu denúncias de constrangimentos ocasionados por meio dessa ferramenta. “O problema maior se deve à exposição de bancários que não conseguiram atingir as metas, e que frente a todo um grupo, são cobrados e questionados sobre o não cumprimento”, explica Eduardo Alencar.
Para o Sindicato, pelo menos nestes casos, a Teleconferência deve tratar separadamente desses assuntos, como forma de não causar constrangimentos aos funcionários.
Biombos
Além de todos esses pontos abordados, o Sindicato também aproveitou a oportunidade e sugeriu ao banco, que implantasse biombos nas baterias de caixa. O objetivo é proteger as transações financeiras dos cientes, já que em Cuiabá, existe lei aprovada pelo legislativo municipal. Sobre esse assunto, o HSBC ficou de analisar a possível implantação dos biombos nas agências da capital do Estado.
“O Sindicato irá ficar atento às ações do banco, mas ao mesmo tempo, espera contar com os bancários, de forma que os mesmos repassem ao Sindicato as denúncias, já que a direção do HSBC foi enfática ao dizer que não admite assédio moral e excessos no relacionamento entre gestores e bancários”, encerra Arilson da Silva.
Além dos representantes do SEEB-MT, também participou da reunião, a presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CN), Sonia Rocha.