Bancários de Brasília ratificam greve nacional por tempo indeterminado

Nova proposta dos bancos foi rejeitada em assembleia na Praça do Cebolão

Insatisfeitos com a proposta dos bancos – que lucraram mais de R$ 28 bilhões no primeiro semestre de 2014 -, os bancários de Brasília realizaram assembleia na noite desta segunda-feira (29), na Praça do Cebolão, no Setor Bancários Sul, para organizar a paralisação por tempo indeterminado e confirmar a decisão da assembleia ocorrida na quinta-feira (25), que aprovou indicativo de greve.

“Entramos em greve por tempo indeterminado nesta terça para pressionar os banqueiros a melhorar a proposta. O setor, que é um dos mais rentáveis, tem plenas condições de atender as justas e necessárias reivindicações dos bancários, que são os verdadeiros responsáveis pelos lucros estratosféricos dos bancos”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, ao lembrar que só em tarifas o setor financeiro ganhou mais de R$ 5 bilhões e os bancos privados cortaram mais de 3.500 postos de trabalho em 2014.

No último sábado (27), durante a oitava rodada de negociação, em São Paulo, a Fenaban elevou o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação) para os pisos.

Além disso, a proposta, que o Comando Nacional dos Bancários já considerou insuficiente durante a reunião, ignora completamente as reivindicações sobre emprego, condições de trabalho, principalmente metas abusivas e assédio moral, segurança e igualdade de oportunidades.

“Contamos com a participação de todos os bancários e bancárias nos comitês de esclarecimentos a partir desta terça. Unidos, teremos mais chances de ampliar nossas conquistas”, afirmou a secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby.

Nova assembleia nesta terça

O Sindicato convoca nova assembleia da categoria, a ser realizada nesta terça-feira (30), às 17h, na Praça do Cebolão, no SBS, para avaliar o movimento.

As orientações para a greve

. A Constituição e a Lei de Greve garantem o direito à greve.

. A greve é de todos, mas é importante que cada bancário faça a sua parte para a categoria alcançar seus objetivos.

. Denuncie ao Sindicato o assédio moral e a coação dos bancos para furar a greve ou trabalhar em outro site ou por acesso remoto.

. Se você for convidado para trabalhar durante a paralisação, não aceite. É contra a lei de greve. Grave o registro da mensagem de celular, com hora e data e encaminhe ao Sindicato.

. Trabalhar em casa durante a greve, além de desrespeitar e enfraquecer a luta dos seus colegas, pode trazer problemas jurídicos, uma vez que isso não está previsto no contrato de trabalho.

. Os bancos vão tentar confundir a categoria. Acredite apenas nas informações divulgadas pelo Sindicato.

. Caso a polícia ou oficial de Justiça apareça, permaneça na agência sem fazer o confronto. Exija a identificação do oficial de Justiça, leia o ofício na íntegra, anote dados e comunique o coordenador e o Sindicato imediatamente.

. Convença os colegas bancários sobre a importância da greve e da unidade da categoria. Convença-os a participar das manifestações em agências de outros bancos.

. Informe os clientes dos motivos da greve, da exploração e desrespeito dos bancos com clientes e população. Procure ajudar a clientela.

. Permaneça no comitê de esclarecimento pelo menos até as 16 horas.

. Vá às atividades, reuniões e assembleias convocadas pelo Sindicato. Elas são importantes para debater e fortalecer a estratégia de mobilização para pressionar os banqueiros.

. Tenha sempre em mãos os telefones do Sindicato: (61)3262-9090 (geral), 3262-9018 e 3262-9008 (Secretaria-geral).

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