Os bancários fizeram questionamentos aos representantes do Santander sobre a política de remuneração fixa e variável do banco, durante apresentação feita nesta quinta-feira, dia 24, em São Paulo. Cerca de 50 dirigentes sindicais de todo país participaram da atividade, sugerida pelo banco no Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), quando a Contraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp reivindicaram a instalação de um grupo de trabalho paritário para discutir um Plano de Cargos, Salários e Carreiras (PCSC), além da exposição dos programas próprios de renda variável.
“Questionamos as distorções salariais hoje existentes entre funcionários que exercem a mesma função, como forma de corrigir injustiças, reduzir o passivo trabalhista e dar transparência”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “A transparência veio para ficar” foi, aliás, o título do artigo do presidente do Santander Brasil, Fabio Barbosa, publicado no último dia 15 na Folha de S.Paulo. “No entanto, muitas questões ficaram pendentes e requerem negociação para garantir valorização aos trabalhadores”, ressalta Ademir.
O banco reconheceu a existência de distorções e disse que está buscando reduzir os intervalos entre os menores e maiores salários de cada função. “Se o Santander quer mesmo ser o melhor banco para se trabalhar, está na hora de inovar, independente das práticas de mercado, e pagar melhores salários e estabelecer carreiras, a fim de que todos os funcionários tenham perspectivas de ascensão profissional, assegurando crescimento na empresa e transparência”, destaca o diretor da Contraf-CUT.
Conceitos, estratégias e políticas de remuneração fixa
O banco apresentou conceitos, como cultura organizacional, estratégia de negócios, estratégia de RH e mercado, para determinar a estratégia de remuneração. Também foram destacadas as principais etapas da pesquisa salarial, como a definição de regras, a identificação dos cargos e o cálculo das faixas referenciais.
Foi exposta a política de transferência, que estabelece a remuneração em casos de deslocamento de funcionário no mínimo 100 km de distância entre a cidade de origem e a de destino. O banco paga ajuda de custo e auxílio moradia com critérios definidos.
Ainda foi apresentada pelo banco a política de promoção, mérito e enquadramento, que tem favorecido uma parte dos funcionários, sendo definida pelos gestores. Os dirigentes sindicais reivindicaram regras transparentes.
Programas de remuneração variável
O banco apresentou as duas formas de renda variável que são enquadradas na lei federal n° 10.101 e definidas em negociações com as entidades sindicais:
1) programas coletivos:
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR), prevista na convenção coletiva;
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) Adicional, também prevista na convenção coletiva;
– Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS), previsto no acordo coletivo aditivo.
2) programas próprios
– Programa Próprio de Gestão (PPG), que é o antigo bônus;
– Programas Próprios Específicos.
O pagamento ocorre semestralmente junto com a PLR. Conforme previsão no acordo coletivo aditivo, não existe compensação dos programas próprios com a PLR, como ocorre em outros bancos privados.
A renda variável somente é considerada para apuração do PPRS, cujo último pagamento foi de R$ 1.250.
Além disso, o banco possui programas de renda variável não abrangidos pela lei federal nº 10.101, como as comissões, que são pagas mensalmente aos funcionários e sem abatimento no PPRS.
Em janeiro deste ano, o banco implantou um novo variável, unindo as experiências do Real e Santander, com produção e resultados coletivos e individuais. Também foram criados novos programas como o Supermania, que garante vantagens para venda de produtos, como seguros, títulos de capitalização e débito automático.
O banco reiterou novamente que caixas não têm metas nem avaliação por vendas de produtos.
Tour na Torre do Santander
Na quarta-feira, dia 23, o banco promoveu um tour para os dirigentes sindicais na Torre do Santander (Avenida Juscelino Kubitschek, 2235 – Vila Olímpia), mostrando as dependências da nova sede no Brasil.
Inaugurado no ano passado, o prédio é moderno, tem 28 andares e capacidade para 7 mil funcionários. Hoje trabalham 5 mil. Também possui 2.500 vagas no estacionamento.
Os diretores da Contraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp visitaram alguns andares, onde funcionam salas para reuniões, auditório e departamentos, como o RH. Também conheceram os dois restaurantes, salão de ginástica e espaços para convênio médico, locadora e cosméticos, dentre outros.