Marroquinos visitaram sede da Contraf-CUT e dialogaram com dirigentes
A Contraf-CUT recebeu nesta quinta-feira (13), em São Paulo, a visita da delegação de sindicalistas da FDT- Fédération Démocratique du Travail (Federação Democrática do Trabalho), Marrocos, que está em visita ao Brasil para a troca de experiências com sindicalistas brasileiros. A agenda foi organizada pela Secretaria de Relações Internacionais da CUT.
A delegação estava composta por Abderrahman Azouzi, secretário-geral da FTD, Nourdin Fatah, secretário de Relações Internacionais, Mohamed Larbi Kharrim, secretário nacional do Sindicato de Municípios, Mohamed Daedaa, secretário nacional de Finanças, e Sadik Righoui, vice-secretário nacional do Sindicato de Ensino.
A reunião teve como resultado a proposta de elaboração de um termo de cooperação entre a Contraf-CUT e o Sindicato Nacional Democrático de Finanças do Marrocos, para fins de estreitamento dos laços entre os bancários dos dois países e troca de experiências, que deve ser assinado até o final do ano.
“A Contraf-CUT tem buscado se aproximar de sindicatos e centrais de trabalhadores de diversos países, para estreitar laços e fortalecer a luta e da defesa dos bancários em nível internacional”, afirmou Mario Raia, secretário de Relações Internacionais.
Durante a visita, foi apresentado um panorama geral da organização e da estrutura de negociação da Contraf-CUT e os marroquinos tomaram conhecimento das principais reivindicações dos bancários brasileiros na atualidade.
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças, destacou a alta lucratividade do sistema financeiro no Brasil. “A rentabilidade sobre o patrimônio dos bancos brasileiros está em torno 20% a 25 %, enquanto que em outros países, como os da União Europeia, não passa de 9%. Aqui os bancos lucram muito e, mesmo assim, os bancários sofrem com pressão por metas, alta rotatividade para reduzir salários e falta de segurança. Em 2013, 65 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos”, destacou.
O secretário-geral da FDT relatou as principais lutas dos trabalhadores marroquinos de 1960 a 1980 por liberdades políticas e de organização sindical, quando muitos de seus representantes foram perseguidos e presos. “Somente em 1996 foi possível aos trabalhadores criarem sindicatos”, destacou Abderrahman Azouzi.
O secretário nacional do Sindicato de Finanças contou que no Marrocos há 17 mil bancários no setor público, representados pelo Sindicato Nacional Democrático de Finanças, e outros 4,5 mil no setor financeiro privado, cuja representação sindical e feita banco a banco.
Os visitantes apontaram similaridades entre as lutas dos trabalhadores marroquinos e brasileiros, que passam também por ampliação dos direitos sociais e maior representatividade política.
O presidente da Contraf-CUT também mencionou a importância da organização internacional dos bancários em entidades como a UNI Sindicato Global e se comprometeu a ajudar a fazer a aproximação entre os sindicalistas do Marrocos e a organização. “São fóruns onde podemos trocar experiências e ajudar a organização dos trabalhadores nos diversos países e continentes, globalizando lutas para ampliar direitos e conquistas econômicas e sociais”, destacou Carlos Cordeiro.
Também participaram da reunião a secretária-geral da Contraf-CUT, Ivone Silva, e o diretor executivo Sérgio Siqueira.