Para a diretoria da Fenae, o fechamento de acordo específico na campanha salarial de 2009 exige da direção da Caixa Econômica Federal uma mudança de postura em relação aos trabalhadores. Os bancários merecem e exigem ser valorizados, porque estão abarrotados de trabalho, atuando em ambiente adverso ao desenvolvimento de suas atividades. A rotina tem sido de extrapolação da jornada, acúmulo de funções e responsabilidades, com pressão de todos os lados e, não raro, assédio moral explícito.
Os empregados da Caixa se entregam de corpo e alma à superação dos desafios colocados para a empresa, especialmente na execução das políticas públicas. Programas como o Bolsa-Família e o “Minha Casa, Minha Vida”, entre vários outros que passam por suas mãos, são executados com empolgação e orgulho, dado o alcance que têm do ponto de vista social e econômico.
Os bancários da Caixa se entusiasmam com o que fazem, mas se entristecem pela falta de reconhecimento. Não pedem muito. Querem, acima de tudo, condições dignas de trabalho, para melhor servirem à empresa, à sociedade e ao país.
A greve já produziu conquistas importantes, com destaque para o reajuste de 6%, que contempla aumento real de 1,5% ante a inflação de 4,44%, no período de 1º de setembro de 2008 a 31 de agosto de 2009. O modelo de PLR trouxe também novidades interessantes, como a parte adicional correspondente a 2% do lucro líquido, com distribuição linear entre todos os bancários.
A PLR não se mostrou satisfatória na Caixa por conta da acentuada queda nos lucros da empresa. Para compensar o impacto negativo, é necessário que se busque alternativa de ganho econômico para os empregados, de forma a não deixá-los em desvantagem em relação ao conjunto da categoria bancária.
Quanto às questões específicas, o que se constata é que as negociações deixaram muito a desejar. A direção da Caixa tolheu possibilidades de avanços. O número de novas contratações, por exemplo, está muito aquém das necessidades – três mil novos empregados praticamente repõem os desligamentos.
Reivindicações como jornada de seis horas para todos, isonomia entre antigos e novos empregados, equacionamento dos problemas do plano de benefício REG/Replan não-saldado da Funcef e tíquete na aposentadoria a todos não foram devidamente consideradas pelos administradores da empresa.
A Fenae conclama a direção da Caixa a se reposicionar frente às necessidades apontadas pelos empregados e suas entidades sindicais e associativas. A postura dos representantes da empresa na mesa de negociação precisa mudar radicalmente em relação à que tem sido adotada até aqui. Deve passar da recusa contumaz à busca de atendimento aos pleitos colocados. Devem ser abandonadas, por exemplo, as videoconferências em que informações costumam ser distorcidas conforme a conveniência da empresa. É hora de negociações de fato e com a necessária boa fé.
Diretoria da Fenae