Depois de seguidos assaltos a bancos no Estado e do fechamento por nove dias de uma agência do BB na cidade de Pedro Gomes, os bancários do Mato Grosso do Sul obtiveram um acordo com o governo estadual para reforçar a segurança e proteger os trabalhadores e clientes da violência contra novos assaltos.
“Muitos promessas feitas anteriormente pelo governo estadual para promover a segurança foram descumpridas, tornando a situação insustentável”, diz Iaci Terezinha Rodrigues Azamor Torres, presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande MS e Região (Seeb Campo Grande MS). “Após o último assalto no BB, os bancários decidiram com o apoio do sindicato fechar a agência, e cogitava que fosse até por definitivo. A partir daí conseguimos estabelecer contatos com deputados estaduais e o apoio de 100% deles, da OAB e a mídia no estado como um todo”, lembra Iaci.
Desta forma o Sindicato conseguiu fazer com que o governo estadual assinasse um termo de cooperação para pôr fim aos assaltos e a insegurança que rondava a região.
A implantação do projeto “Pedro Gomes – desenvolvimento, sustentabilidade e paz”, tem por objetivo “permitir a permanência do Banco do Brasil na cidade de Pedro Gomes, através da garantia de condições de trabalho que assegurem a integridade física e emocional dos funcionários e clientes, a sustentabilidade dos negócios da dependência e o desenvolvimento do município”.
A cooperação mútua também visa “à manifestação entre as partes no sentido de envidar esforços para neutralizar a ‘atratividade’ da praça de Pedro Gomes em relação a ações criminosas (assaltos e seqüestros)”.
Assaltos
Em Novembro de 2006 ocorreu o primeiro assalto a agência do BB na cidade de Pedro Gomes, com refém e muita violência. O segundo ocorreu um ano após, com as mesmas características, violência e armamento pesado, desferindo vários tiros para todos os lados.
Logo após, o vice-prefeito da cidade pediu o apoio do sindicato para fazer um movimento. Na reunião com a secretaria de segurança pública foi estabelecido um efetivo de policiais maior à região. “A cidade é pacata, há apenas 8 mil habitantes e por isso conta com apenas meia dúzia de policiais, todos com armamento simples”, analisa Iaci.
Três dias antes do terceiro assalto a Pedro Gomes, a cidade vizinha de Costa Rica também sofreu com a violência nas agências. Desta vez foi o HSBC, deixando um gerente ferido por uma bala. “Acreditamos que tenha sido praticado pela mesma quadrilha, pois o assalto teve as mesmas características”, ressalta Iaci.
“Depois disso, a situação ficou intolerável”, diz Iaci. “A partir deste acordo foi destinado uma Blazer e ampliado o efetivo de policiais. A agência está retornando aos poucos”.
O sindicato acompanha de perto o processo para que os bancários não sejam penalizados. “A violência fez com que fosse reduzido o valor do dinheiro mantido na agência, estamos atentos para que não haja demissões”, alerta Iaci.
“Este termo que envolve todos atores sociais mostra o quanto é importante à abertura do diálogo para se resolver um problema como este em que os bancários estão sendo assassinados”, alerta Carlos Cordeiro, secretario geral da Contraf/CUT. “Enquanto isso a Fenaban não se abre para discutir nada, o que contribuiu para aumentar o problema da falta de segurança nos bancos. Na próxima semana (02/09) teremos um novo encontro e esperamos que a postura seja diferente e que passem a dialogar para resolver o problema”, ressalta Carlos.
Funções
Entre outras atribuições, o acordo prevê a manutenção e aumento do efetivo de segurança do município de Pedro Gomes (policiais, veículos e armamento) de forma a identificar eventuais indícios e coibir novas ações criminosas. Ao Sindicato cabe auxiliar na avaliação, definição do quadro e condições de trabalho dos funcionários da agência e divulgar as ações referentes a este termo aos sindicalizados.
O acordo permanecerá em vigor por tempo indeterminado, sujeitando-se a eventuais alterações de acordo com o desenvolvimento do projeto.
