Representantes do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) e Fetrafi-RS entregaram na quinta-feira, dia 4, ao diretor comercial do Banrisul, Jone Luiz Hermes Pfeiff, um dossiê com os problemas enfrentados por ONs (Operadores de Negócios) em todo o Rio Grande do Sul. Além do diagnóstico do dia-a-dia dos trabalhadores, o documento apresenta as reivindicações e sugestões dos ONs para sanar esses problemas.
À noite, os ONs se reuniram na Casa dos Bancários, no centro de Porto Alegre, para discutir os resultados e as metas inatingíveis. O encontro foi motivado pela divulgação dos resultados no semestre do Banrisul. Mesmo com a alta captação dos ONs, a instituição financeira informou que a maioria das Suregs (Superintendências Regionais) tiveram resultado negativo no cumprimento de metas.
Os ONs (Operadores de Negócios) estão se organizando para valorizar a função. Os funcionários vendem mas não recebem pelo seu esforço no final do mês. Os critérios para o cálculo da Remuneração Variável intrigam os trabalhadores e serão cobrados em reunião no dia 17 entre o movimento sindical e o Núcleo Operacional.
Dossiê
O documento foi construído a partir de reuniões e encontros com ONs de várias cidades gaúchas, como Alegrete, Bento Gonçalves, Guaporé, Osório, Santa Maria, Santo Ângelo e Porto Alegre. O ofício denuncia que os problemas “tem acarretado muitas consequências na vida dos trabalhadores, desde o desestímulo no exercício da função pela cobrança de metas abusivas, que levam ao assédio moral, como também ao adoecimento por stress”.
“Uma das grandes dificuldades é a Remuneração Variável, em que o banco adota o Modelo Japonês. Os banrisulenses vendem muito, se esforçam e recebem pouco. É cada vez mais difícil atingir as metas”, analisa a diretora de Saúde e Condições de Trabalho do SindBancários, Lourdes Rossoni.
Ainda são denunciados problemas com a carteira de clientes, como a falta de autonomia dos ONs para gerenciá-los e o método de encarreiramento. Nas metas inatingíveis, o documento observa que os superintendentes têm utilizado o assédio moral “como forma de dividir os que mais vendem daqueles que não ‘se esforçam’ ou os que serão colocados à disposição pela gerência, caso não cumpram sua parte” e questiona como uma carteira cujo potencial já está esgotado pode sofrer incremento de volume.
Também foi explanado na reunião o pagamento das horas extras aos ONs que necessitam ficar após o expediente. O dossiê observa que, “com uma carteira de 500 clientes, às vezes se necessita extrapolar a jornada, ou em reuniões extraodinárias, ou com cursos fora da jornada de trabalho”.
Pfieiff afirmou que os superintendentes e gerentes já foram informados de que as horas extras precisam ser pagas. Entretanto, o movimento sindical esclareceu que ainda há casos em que a orientação não está sendo seguida e cobrou que a direção encaminhe uma BGX sobre o assunto. Pfeiff levará a reivindicação e o documento para análise da diretoria.