EFE, Londres
Limitar as gratificações para os banqueiros deve ser uma “prioridade global”, na opinião do regulador da City (distrito financeiro) de Londres, Adair Turner.
Em discurso perante representantes do setor e que é publicado hoje em vários jornais britânicos, lorde Turner afirmou que as gratificações não são um assunto privado dos bancos, após terem sido gastos bilhões de libras de dinheiro público para escorar o sistema financeiro.
Os banqueiros se preparam para cobrar de novo comissões multimilionárias depois que os bancos que lideram terem gerado enormes lucros graças, sobretudo, à menor concorrência no setor após a quebra de Lehman Brothers.
Segundo Turner, que está à frente da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, pretende-se que os líderes do G20 assegurem que os bancos utilizem seus lucros para aumentar suas provisões de capital e não para pagar comissões a seus diretores ou dividendos aos acionistas.
O Conselho de Estabilidade Financeira, criado em razão da cúpula londrina do G20 de abril passado, assinala em seu relatório à cúpula do G20 em Pittsburgh (EUA) que os reguladores da indústria têm “um interesse legítimo” na magnitude das gratificações e em suas “implicações para a conservação do capital”.
Espera-se que o G20 debata a conveniência de ligar as gratificações que se pagam aos banqueiros ao comportamento a longo prazo dessas instituições e não aos lucros a curto prazo.
Turner, que foi nomeado presidente da Autoridade de Serviços Financeiros só dias depois da quebra do banco Lehman Brothers, criticou há algumas semanas os banqueiros da City, ao qualificar algumas de suas atividades de “socialmente inúteis” e queixar-se da hipertrofia de algumas dessas instituições.