Nesta terça-feira 15 completa-se o primeiro aniversário da quebra do Lehman Brothers, então o quarto maior banco dos Estados Unidos, no auge da crise financeira iniciada em Wall Street, que espalhou o pânico por todos os continentes e deixou um rastro de destruição como não se via desde a quebradeira de 1929, com forte recessão mundial e dezenas de milhões de desempregados. Era o resultado da insensatez neoliberal, que só não foi mais trágico graças ironicamente à pronta intervenção dos governos de todas as latitudes, tamanhos e credos – dos EUA à Indonésia, da Grã-Bretanha ao Zimbábue, da China à Argentina, do Brasil à Índia.
Um ano após a fase mais aguda da crise, quando a economia global ainda se debate tentando escapar dos escombros, o mundo se pergunta como foi possível se chegar a tal ponto de irresponsabilidade sem que as instituições que deveriam zelar pelo funcionamento do cassino financeiro sequer percebessem o que estava ocorrendo. O G-20, grupo que reúne os governos das maiores economias, a que o Brasil faz parte, está debatendo o que fazer para impor controles mais rígidos ao sistema financeiro e evitar novas catástrofes, enquanto a elite financista age nos bastidores para manter seus privilégios e sua jogatina ao largo de qualquer regulamentação.
“Essa discussão é da maior importância e precisamos travá-la também no Brasil. Não é mais possível aceitar que as instituições financeiras continuem dando as cartas, se apropriando da riqueza produzida pela economia real sem dar uma contrapartida para o desenvolvimento econômico e social”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Para ajudar a compreender esse momento traumático e seus desdobramentos, reunimos abaixo uma série de reportagens, artigos e entrevistas – de distintas matrizes políticas e ideológicas – publicados por diversos meios de comunicação nos últimos dias.
Um ano da queda do Lehman Brothers e bancos não aprenderam lições da crise
> ‘Governos dos países ricos são culpados pela crise’, diz Lula à BBC
> Obama cobra maior controle dos bancos e diz que não haverá novo socorro
> Paul Krugman: como puderam os economistas errar tanto?
> Tony Judt: “Grande ciclo ideológico” da economia ortodoxa está chegando ao fim
> Göran Therborn: Esquerdas não foram capazes de apresentar alternativas reais
> Dieese: A crise financeira recente – fim de um padrão de funcionamento da economia mundial? (em PDF)