Roubo a caixa eletrônico aumenta 58% no interior de São Paulo

O número de roubos e furtos a caixas eletrônicos continua crescendo no interior de São Paulo. De janeiro a julho deste ano, houve um aumento de 58% dos ataques nessa região. A migração desses crimes para cidades pequenas resultou, em agosto, em 13 casos no interior para cada ataque realizado na capital. Ontem, quatro policiais militares foram presos acusados de envolvimento em roubos de caixas -nos últimos três meses, 13 PMs foram presos pela mesma acusação.

No total, 494 ocorrências de roubo e furtos de caixa eletrônicos – incluindo as tentativas – foram registradas no Estado entre 1.º de janeiro e 17 de agosto. Os dados constam de levantamento feito pelo Estado, com base em relatório do Departamento de Inteligência da Polícia Civil obtido com exclusividade. Os números mostram que, na primeira metade de agosto, 77% dos casos de ataques a caixas aconteceram no interior – foram 27, ante 6 na Região Metropolitana e 2 na capital.

O pico dos casos foi em maio, com 115 ocorrências em DPs paulistas. No mês seguinte, houve queda para 48 ataques. Segundo especialistas, as causas foram o aumento do policiamento nas grandes cidades, a prisão de quadrilhas e o uso do mecanismo de tingimento das notas em explosões.

Mas, de lá para cá, o interior se descolou do restante do Estado e viu a taxa voltar a crescer, enquanto na capital os números seguiram a tendência de queda. “Quando você dificulta a atuação das quadrilhas em uma região, logo elas começam a atuar em outras áreas”, explica o diretor técnico da Febraban, Wilson Gutierrez.

Transição

O deslocamento do crime para o interior é um fenômeno conhecido da polícia. “As oportunidades e fragilidades, além da repressão policial na capital, podem explicar esse movimento dos criminosos”, afirmou o delegado-geral, Marcos Carneiro Lima. “Nossas investigações mostram que em um raio de até 100 quilômetros da capital quem age são quadrilhas da cidade de São Paulo.”

Esse movimento foi flagrado pela polícia na quinta-feira. Sete bandidos foram presos em Guarulhos, na Grande São Paulo, quando se preparavam para viajar até São Sebastião, no litoral norte, onde pretendiam roubar caixas. Outros quatro foram presos mais tarde. O bando seria responsável por pelo menos dez ataques nos últimos dois meses – cada crime rendeu em média R$ 100 mil aos ladrões.

O número de policiais militares suspeitos de participar de quadrilhas responsáveis por furtos e roubos a caixas eletrônicos em São Paulo seria suficiente para formar uma companhia inteira. Na manhã de ontem, mais quatro foram presos pelo Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) durante a Operação Caixa Preta.

As apurações mostram a conivência de PMs responsáveis pelo patrulhamento com os ladrões. “Vamos desbaratar os principais grupos que atuam no roubo e furto de caixas eletrônicos em São Paulo”, disse o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Deic. Além dos PMs, outras 35 pessoas foram presas pelo Deic.

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