PM disse ao advogado do banco que não poderia mandar abrir a agência
Em mais um ato de truculência, o Itaú decidiu descumprir a decisão da Justiça favorável à greve, mandando advogados percorrerem várias agências assediando bancários, pressionando-os a trabalhar. Na agência Avenida Rio Branco, o advogado do Itaú foi advertido pela vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso, de que ele, como representante do banco, estava cometendo pelo menos dois crimes: o de constrangimento ilegal e o de descumprimento de decisão judicial.
Mesmo assim, ele decidiu chamar a Polícia Militar, como vinha fazendo nos dias anteriores, quando ainda não havia sido cassado o interdito proibitório conseguido pelo banco.
A sindicalista explicou que a greve é um conflito trabalhista que tem que ser resolvido entre empregados e patrões, no qual a polícia não tem autorização legal para interferir. E que a decisão judicial reforçava a garantia dos bancários fazerem greve, deixando claro que a PM se mantivesse à parte. Quando os policiais chegaram, Adriana mostrou a eles a determinação da Justiça e eles se mantiveram distantes. Alegaram que estavam ali apenas para evitar tumultos e não se intrometeram.
Quando os policiais se retiravam, o advogado foi atrás para mantê-los ali. E, durante todo o tempo, pressionava os funcionários, que estavam próximos a entrar. Antes o mesmo advogado havia feito o mesmo na agência Avenida Rio Branco, onde a ação decisiva de dirigentes do Sindicato, fez com que ele desistisse.
“O Sindicato vai tomar medidas no sentido de denunciar a sua conduta à Comissão de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, afirmou o diretor do Sindicato, Carlos Maurício.
Ordem veio do GSO
A ordem para que o advogado agisse de forma truculenta partiu do Gerente de Suporte Operacional (GSO), Eduardo Mendes. “A atitude covarde deste senhor, demonstra a sua incapacidade de gestão. Diante de uma situação em que a Justiça já havia se manifestado em defesa da greve, mesmo assim, colocou o advogado e a polícia para intimidar os bancários, afrontando decisão judicial e cometendo assédio moral”, afirmou Adriana.
Ela acrescentou que a atitude do GSO ao invés de diminuir, vai aumentar ainda mais a adesão à greve. A decisão favorável à paralisação, que derrubou o interdito proibitório conseguido anteriormente em caráter liminar pelo banco, foi tomada pela juíza Dalva Amélia de Oliveira, da 61ª Vara do Trabalho, no dia 3 de outubro, atendendo a mandado de segurança movido pelo Sindicato.
Assédio moral
O Sindicato também está de olho na gerente regional de Agências (GRA), Claudia Lobo Caires. Segundo denúncias, a gestora vem assediando os funcionários da Região da Praça Seca, Campinho, Valqueire, Madureira, Taquara e Freguesia.
Na denúncia, os bancários pedem socorro pelo grave assédio moral. “Estamos ficando doentes!”, afirmam em documento. “Pedimos socorro”. O Sindicato tomará as medidas necessárias para acabar com essa prática doentia e ilegal.