A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de Dourados mais uma vez comprovou aquilo que o Sindicato dos Bancários já vinha denunciando em seus informativos: a extrapolação de jornada nos bancos. Nas duas últimas semanas, duas agências foram autuadas pelos fiscais da DRT. Uma agência do Bradesco em Deodápolis e outra em Glória de Dourados.
Nas duas trabalham apenas três ou quatro funcionários que precisam dar conta da demanda do dia-a-dia. As agências foram autuadas pelo excesso de jornada (prorrogação além das 2 horas que a Lei permite) e não concessão do intervalo mínimo de uma hora quando a jornada ultrapassa as seis horas.
A realidade dos funcionários do Bradesco está longe daquilo que prega o banco. Levantamento feito pelo Sindicato constatou que a maioria das agências estão com o número reduzido de funcionários.
O rodízio de trabalhadores é uma outra questão que preocupa o movimento sindical de Dourados. Os funcionários muitas vezes são deslocados de agência para substituir outros trabalhadores. Dependendo da localidade, perde-se a conta de quantas pessoas passam pelas dependências do banco prestando serviços no mês.
Em recente reunião da Fetec-CN em Cuiabá com o Diretor de RH do Bradesco em Cuiabá Geraldo Grando, os representantes sindicais cobraram mais contratações.
Os bancos têm altos lucros e plenas condições de aumentar seu efetivo, reduzindo a jornada de trabalho dos bancários. As instituições precisam fazer sua parte perante a sociedade, que é oferecer um atendimento digno e eficaz e não apenas visar altos ganhos, cobrar taxas e sobrecarregar seu quadro funcional.
“A extrapolação da jornada pode ser evitada com mais contratações e principalmente com a ampliação do horário de atendimento e criação de dois turnos”, lembra Joacir Rodrigues presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados.