Os delegados presentes à 12ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada de 23 a 25 de julho no Rio de Janeiro, discutiram na plenária final a eleição deste ano para a Presidência da República, em outubro próximo.
A avaliação da ampla maioria dos bancários que participaram da Conferência é de que existem dois projetos distintos em disputa na eleição presidencial. Um deles, representado pela candidatura Serra, significa uma volta ao passado, com políticas sociais e econômicas contrárias aos interesses dos trabalhadores e novas privatizações.
Muitos oradores lembraram que Serra vendeu a Nossa Caixa em São Paulo e foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, que privatizou inúmeras empresas públicas, entre elas Vale do Rio Doce, Embraer e todo o Sistema Telebrás. Os governos do PSDB/DEM (na época PFL), que privatizaram vários bancos estaduais (Banespa, Banerj, Banestado, Bemge, Baneb etc.), também desenvolveram estudos de viabilização de privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras.
No entendimento da maioria dos delegados presentes, o outro projeto em disputa na eleição presidencial, puxado pela candidatura Dilma, representa a continuidade das políticas iniciadas pelo governo Lula de desenvolvimento econômico com inclusão social, geração de empregos, respeito aos trabalhadores e fortalecimento dos bancos públicos.
Em razão disso, o plenário aprovou o apoio à candidatura Dilma Roussef. “Nós temos um lado nessa disputa, que é o lado do povo, por um Brasil mais justo e melhor. E por isso estamos com Dilma”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Consultas aos bancários confirmam decisão
A votação no plenário da 12ª Conferência foi semelhante aos resultados das consultas realizadas pelos sindicatos junto aos bancários e da pesquisa nacional encomendada pela Contraf-CUT. Nas consultas, 83% dos entrevistados disseram que o próximo governo deve ter em sua plataforma uma política contrária à privatização dos bancos públicos – contra 14% favoráveis à venda do BB, Caixa, BNB e Banco da Amazônia e 3% que não souberam responder.
Já na pesquisa nacional, 66% disseram discordar de um programa de governo baseado na redução do papel do Estado e na privatização dos bancos públicos, contra 25% que concordam (5% não souberam responder). Inversamente, 64% dos bancários entrevistados se manifestaram favoráveis a um projeto baseado no controle social dos bancos e que defina o papel dos bancos públicos. Discordaram dessa proposta 17% dos consultados; 10% não souberam responder e 5% afirmaram que não discordam nem concordam.